ENTREVISTA À AUTORAL

04-09-2012 17:09

 

https://autoral.almeirim.org/index.php/actualidades/156-entrevista-a-filipa-ribeiro-da-cruz.html

A propósito da apresentação do seu livro "Onde param os Anjos" [a apresentar no Auditório da Biblioteca Municipal no próximo dia 8 de Setembro - 15h00] AutorAL entrevistou Filipa Ribeiro da Cruz


     AA- A Filipa é uma jovem autora há muito apaixonada pela escrita, não apenas de ficção, perspetiva uma carreira nas Letras, com obra consolidada, ou vê-se capaz de apostar noutras formas de escrita, como sejam os guiões para televisão, cinema, etc, ou mesmo pelo jornalismo?


FRC – Já desde os meus 10 anos que escrevo; comecei com pequenos textos e poemas, depois passei pelos contos, agora um primeiro romance. Apesar de ser jovem, perspetivo, sim, uma carreira nas Letras, com obra consolidada, nomeadamente romances, género no qual me sinto realmente muito bem. Também não ponho de lado qualquer outra forma de escrita, já que gosto muito de cinema e gostava de, um dia, ter a oportunidade de adaptar as minhas palavras à sétima arte. No campo do jornalismo, a nível profissional não é propriamente o que desejo fazer, mas gostava, por exemplo, de escrever artigos de intervenção social e política, crónicas, críticas…não propriamente “fazer a notícia”, mas antes refletir e intervir sobre os aspetos que marcam o país e o mundo. O futuro está sempre em aberto!

     AA - Como define a sua escrita? Existe no panorama da literatura de ficção algum autor que lhe sirva de referência ou com o qual se identifique?


FRC – Acho que a minha escrita, na inquietude da juventude, pode-se começar a definir por um cunho social bastante forte. Normalmente, tudo o que escrevo tem, no seu íntimo mais profundo, aspetos sociais, críticas, reflexões sobre o que, a meu ver, está mal. Neste primeiro livro, retrato um crime a nível mundial, apelando à crítica e à maior atenção da sociedade para estes problemas nefastos. No futuro, vejo-me a escrever sobre acontecimentos históricos, sociedades, costumes, cenários políticos, de guerra…existem muitos temas que me despertam a atenção. Normalmente vêem-me ideias à cabeça e começo a desenvolvê-las com entusiasmo e investigo o que há a investigar. Diria que também o que caracteriza a minha forma de escrever é a minha intenção de narrar histórias de vida marcantes, com mensagens importantes, com duplos sentidos, usando personificações, metáforas, hipérboles…recursos que embelezam as frases.
Escritores que me servem de referência são, por exemplo, Vergílio Ferreira, José Saramago e Eça de Queirós, ou mesmo Camilo Castelo Branco. São nomes de grande riqueza literária e que aprecio bastante.

     AA- Afinal, “Onde param os Anjos”?


FRC – A essa pergunta, posso dizer que a(s) resposta(s) estão no livro e que, por isso, quem o for ler poderá interpretar o título de diferentes formas. No fundo, há uma permanente reflexão sobre a existência dos anjos no mundo, frequentemente enegrecido pelas sombras da malvadez humana; uma coisa é certa: existem lugares onde podem parar os Anjos. Cabe a quem lê saber-lhe o sentido.